Novo atentado suicida em zona comercial de Istambul deixa mortos

O atentado, o sexto deste tipo desde julho, atingiu a grande rua de pedestres Istiklal, na parte europeia de Istambul
Da AFP
Publicado em 19/03/2016 às 12:20
O atentado, o sexto deste tipo desde julho, atingiu a grande rua de pedestres Istiklal, na parte europeia de Istambul Foto: Foto: STR/ILHAS NEWS AGENCY/AFP


Um atentado suicida em uma zona comercial e turística do centro de Istambul deixou quatro mortos e 36 feridos neste sábado (19), quase uma semana depois de um ataque que deixou 35 mortos em Ancara.

O atentado, o sexto deste tipo desde julho, atingiu a grande rua de pedestres Istiklal, na parte europeia de Istambul, pela qual passam diariamente centenas de milhares de moradores e turistas.

Na hora do atentado, havia poucas pessoas na região.

"Foi um atentado suicida, um ataque terrorista", afirmou o governador de Istambul, Vasip Sahin, que declarou que o suicida também morreu.

O ministro da Saúde, Mehmet Muezzinoglu, disse que há 36 feridos, dos quais sete estão em estado grave. Entre os feridos há 12 estrangeiros, cujas nacionalidades não foram divulgadas.

Segundo Vasip Sahin, o alvo era um edifício oficial, "a subprefeitura do bairro de Beyoglu". O atentado ainda não foi reivindicado.

"Escutamos uma forte explosão. Nós nos aproximamos da janela e vimos pedaços de corpos colados nos vidros", disse à AFP Ahmet, uma testemunha do ataque, que vive em um edifício situado em frente ao local do atentado. "Depois, a polícia nos retirou", contou.

Abdullah, um lustrador de sapatos da praça Taksim, afirmou que a explosão fez a terra tremer.

"Escutei uma forte explosão. Senti que a terra tremia e, depois, vi policiais e ambulâncias", recordou.

A rua Istiklal foi evacuada depois do atentado, assim como grande parte da praça Taksim. Um helicóptero da polícia sobrevoava a região, onde havia vários policiais armados.


- Alerta reforçado -

A Turquia encontra-se em alerta reforçado desde o ano passado, depois de uma série de atentados sangrentos atribuídos aos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que retomaram seus enfrentamentos com as forças de segurança turcas.

No domingo passado, um atentado com carro-bomba contra um ponto de ônibus custou 35 vidas no centro da capital turca. Em 17 de fevereiro, uma ação similar deixou 29 mortos também no coração de Ancara.

Estes dois ataques foram reivindicados por um grupo radical curdo próximo ao PKK, os Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK).

O movimento, que prometeu continuar seus ataques contra o Estado turco, afirmou que atuava em resposta às operações das forças turcas em várias cidades curdas do sudeste do país, onde os curdos haviam proclamado sua "autonomia". Estas intervenções deixaram dezenas de civis mortos.

Na quinta-feira, a Alemanha fechou sua embaixada em Ancara, seu consulado em Istambul e as escolas alemãs nas duas cidades, informando que havia informações sobre planos de ataques muito graves.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu "erradicar" o PKK. Desde o atentado de Ancara, reativou a guerra contra todos os que considera seus "cúmplices". Pediu ao Parlamento que retirasse a imunidade de deputados pró-curdos, e a polícia turca multiplicou, nos últimos dias, as detenções de partidários da causa curda.

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