A líder da ultradireita francesa, Marine Le Pen, em visita ao Canadá, criticou no domingo as políticas do governo liberal canadense sobre imigração e cidadania em casos de terrorismo.
O governo de Justin Trudeau apresentou no mês passado um projeto para revogar a lei que suprime a cidadania canadense dos binacionais declarados culpados de atos de terrorismo e outros crimes graves, uma medida adotada pelo governo conservador anterior.
Um debate similar está sendo travado na França após os ataques terroristas de Paris.
"Há um grande risco" em querer manter os indivíduos radicalizados no próprio solo, e apenas os "falsos humanistas" com o pretexto da "generosidade" pensam o contrário, disse Le Pen durante uma coletiva de imprensa em Quebec.
A presidente da Frente Nacional (FN) também criticou a decisão do governo federal de receber milhares de refugiados, a maioria sírios, e ressaltou a importância do idioma e da identidade.
"Quebec não está a salvo", disse ao se referir à chegada de refugiados.
O governo do Canadá planeja abrigar entre 51.000 e 57.000 refugiados em 2016, o dobro em relação ao ano anterior.
Le Pen não mencionou diretamente o primeiro-ministro Trudeau, que lançou no domingo uma declaração por ocasião do Dia Internacional da Francofonia, saudando a "longa tradição de democracia, liberdade e inclusão do Canadá".
"O bilinguismo oficial é fundamental para nossa identidade canadense, e nos ajudou a ser uma sociedade na qual pessoas de diversas culturas, origens e religiões podem se sentir em casa", disse o governante.