O chefe de governo do estado da Turíngia, no leste da Alemanha, disse, em entrevista à revista Der Spiegel, estar disposto a acolher os refugiados bloqueados em condições humanitárias precárias, em um acampamento grego na fronteira com a Macedônia.
Bodo Ramelow, que preside a região, situada na Alemanha ocidental, informou que poderia abrigar "1.000 ou 2.000 refugiados que estão bloqueados em Idomeni, na Grécia, e que esperam desesperadamente por ajuda". "Queremos poder contribuir para uma solução europeia" para repartir os refugiados na UE, afirmou o político do partido de esquerda Die Linke, destacando que atualmente 70% dos centros de acolhida de migrantes estão vazios em sua região.
Ramelow afirmou que, caso receba os refugiados, quer que o Estado federal lhe dê ajuda logística. No ano passado, a Alemanha acolheu um milhão de solicitantes de asilo, depois que a chanceler, Angela Merkel, abriu a fronteira aos refugiados que estavam bloqueados na Hungria.
No entanto, nos meses seguintes, Berlim tomou medidas para deter o fluxo de pessoas que chegava ao país. Desde o fechamento da fronteira macedônia, em 7 de março, há no acampamento de Idomeni 12.000 pessoas que vivem em situações muito precárias.
Organizações humanitárias denunciaram as duras condições em que subsistem os migrantes em barracas de camping montadas na lama. O ministro do Interior grego, Panagiotis Kouroublis, qualificou o acampamento como "o Dachau dos tempos modernos", em alusão a um conhecido campo de concentração nazista.