O papa Francisco condenou neste domingo a "recusa" daqueles que "poderiam oferecer uma recepção e ajuda" aos migrantes nos países ocidentais, e expressou sua confiança nos esforços de paz na Síria, em sua mensagem de Páscoa "Urbi et Orbi" ("À cidade e ao mundo").
"A fila crescente de migrantes e refugiados que fogem da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça não deve ser esquecida. Estes irmãos e irmãs encontram muitas vezes na estrada a morte ou a recusa daqueles que poderiam oferecer-lhes uma recepção e ajuda", insistiu em um novo apelo urgente aos líderes dos países desenvolvidos, particularmente na Europa, para que não fechem as suas fronteiras.
Em uma mensagem sóbria, uma nota de esperança foi dirigida à Síria. Jorge Bergoglio expressou seu pleno apoio às negociações de Genebra: "Que o Senhor abra caminhos de esperança à amada Síria, país devastado por um longo conflito" e que sofreu "a decomposição de sua sociedade civil". "Confiamos no poder do Senhor para ressuscitar as discussões em curso (...) para que possamos recolher os frutos da paz".
Ele também rezou para o Iraque, Iêmen, Líbia, o conflito palestino-israelense, e vislumbrou alguns "fermentos de esperança" nos conflitos civis no Burundi, Moçambique, República Democrática do Congo e Sudão do Sul. Jorge Bergoglio desejou "o diálogo e a cooperação de todos" na Venezuela, a única referência ao seu continente de origem.
Condenando "a forma cega e atroz da violência" do terrorismo, o chefe da Igreja Católica rezou pela Bélgica, Turquia, Nigéria, Chade, Camarões, Costa do Marfim e Iraque, atingidos por ataques extremistas. "Dado o abismo espiritual e moral, frente ao vazio que provoca o ódio e a morte" (...) "que o Senhor nos dê sua visão de compaixão para com aqueles que têm fome e sede, os estrangeiros e prisioneiros, os marginalizados e os excluídos, as vítimas de abuso e violência".
"O mundo está cheio de pessoas que sofrem no corpo, no espírito", de "crimes atrozes cometidos muitas vezes entre as paredes do lar doméstico", de "conflitos armados que submetem populações inteiras ao seu sofrimento indescritível". Francisco também rezou "pelos idosos oprimidos pela solidão" e "jovens que acreditam não ter um futuro."