O tribunal constitucional da África do Sul ordenou nesta quinta-feira (31) ao presidente Jacob Zuma que devolva parte do dinheiro que gastou para melhorar sua residência privada, um escândalo que abalou seu governo.
"O presidente deve pagar ele mesmo o valor fixado pelo Tesouro Nacional", disse o presidente do tribunal, Mogoeng Mogoeng, antes de destacar que Zuma "não respeitou, nem defendeu, nem seguiu a Constituição".
O escândalo conhecido como Nkandla — nome da pequena localidade onde fica a residência privada do presidente — se tornou uma grande dor de cabeça para o chefe de Estado e em um símbolo das acusações de corrupção contra seu governo e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).
A principal instância judicial do país deu prazo de 45 dias para Zuma para devolver o dinheiro utilizado na construção de uma piscina, um celeiro, um anfiteatro e um local para receber as visitas.
Oficialmente o presidente havia justificado os gastos para melhorar a segurança da residência, que fica em ma região zulu, no leste do país.
O escândalo começou no início de 2014, quando a mediadora da república, Thuli Madonsela, responsável por garantir que o dinheiro do contribuinte será utilizado com fins corretos, apresentou um relatório no qual acusava Zuma de ter se "beneficiado indevidamente" de verba pública para as reformas de sua casa e recomendou o reembolso de parte do dinheiro.
Zuma se negava há meses a devolver qualquer parte dos 220 milhões de rands que gastou (quase 20 milhões de euros). Mas em fevereiro aceitou reembolsar parte do dinheiro.