Ao menos 44 civis, incluindo duas crianças, perderam a vida e dezenas de pessoas ficaram feridas em bombardeios nesta terça-feira (19), aparentemente por parte do exército sírio, contra mercados na província síria de Idleb (noroeste), reduto da facção da Al-Qaeda, segundo a ONG OSDH.
Mencionando um massacre, o OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos) informou que ao menos 37 civis morreram nos bombardeios contra um mercado de verduras em Maaret al Noomane, e outros sete em um mercado de peixes em Kafranbel.
A província de Idleb é controlada desde março de 2015 pela Frente Al Nusra (facção síria da Al-Qaeda) que, como el grupo jihadista Estado Islâmico, está excluído da trégua que entrou em vigor em 27 de janeiro entre o regime e os rebeldes.
Os bombardeios contra os mercados acontecem quando a oposição síria suspendeu, na segunda-feira (18), sua participação "formal" nas negociações de paz com o governo de Damasco em Genebra.
A segunda rodada de negociações sobre a paz na Síria, promovida pela ONU, acontece desde 13 de abril e deve durar pelo menos dez dias.
As negociações entre a oposição e o governo estão em um ponto difícil, depois de uma primeira rodada marcada por desacordos sobre o destino do presidente sírio. O objetivo dessa tentativa de diálogo é pôr fim a cinco anos de um conflito que já deixou mais de 270.000 mortos.
No campo de batalha na Síria, a trégua parece perdida, depois que dez grupos rebeldes anunciaram uma resposta coordenada às "violações" do cessar-fogo por parte de Damasco.
Respeitado globalmente, o acordo de cessação das hostilidades imposto por Washington e por Moscou desde 27 de fevereiro é ameaçado há mais de uma semana por uma nova escalada nos combates e bombardeios, principalmente na metrópole de Aleppo (norte) e sua província.
Esses dez grupos rebeldes, islamitas em sua maioria, anunciaram que adotariam uma resposta coordenada. Entre eles, estão os influentes Ahrar al Sham e o grupo de inspiração salafista Jaish al-Islam.
Os confrontos continuam em várias frentes na província de Aleppo, dividida entre o Exército, rebeldes, extremistas e curdos.