O secretário de Estado americano, John Kerry, ameaçou nesta terça-feira (3) o presidente sírio, Bashar al Assad, de "repercussões" se seu regime não respeitar o cessar-fogo negociado por Washington e Moscou, em particular para a cidade de Aleppo.
"Se Assad não aderir a isto, claramente haverá repercussões e uma delas poderia ser a destruição total da cessação das hostilidades e a volta da guerra", disse Kerry à imprensa no Departamento de Estado.
"Não penso que a Rússia queira isto. Não penso que o regime de Assad possa desfrutar disto", acrescentou Kerry ao retornar de Genebra, onde tentou salvar a cessação de hostilidades entre o regime e a oposição em todo o território sírio.
Os enfrentamentos se intensificaram nos últimos dez dias e violaram o cessar-fogo imposto pelos Estados Unidos e pela Rússia, que estava em vigor desde 27 de fevereiro.
O secretário de Estado é um dos impulsionadores do processo diplomático internacional e político sírio, que tenta pôr um fim à guerra no país. Recentemente, fez alusão a um eventual "plano B" para a Síria caso fracasse o diálogo diplomático e político.
"Neste momento, estamos trabalhando para tentar implantar isto (nr: o cessar-fogo), com a finalidade de proteger a integridade de Aleppo", disse o secretário de Estado, em alusão a um projeto de nova trégua, atualmente negociada entre Estados Unidos e Rússia.
Moscou anunciou nesta terça-feira esperar que se respeite um cessar-fogo "nas próximas horas" em Aleppo, a grande cidade dividida do norte da Síria, cenário de novos combates e intensos bombardeios, que deixaram 19 mortos e voltaram a atingir uma instalação sanitária - desta vez, uma maternidade.