Escritório Mossack Fonseca pede que novos 'Panama Papers' não sejam publicados

A empresa panamenha enviou uma carta ao ICIJ na qual o convoca a desistir de publicar integralmente os "Panama Papers"
AFP
Publicado em 06/05/2016 às 9:55
A empresa panamenha enviou uma carta ao ICIJ na qual o convoca a desistir de publicar integralmente os "Panama Papers" Foto: Foto: Reprodução/ Google Maps


O escritório panamenho de advocacia Mossack Fonseca, envolvido nos chamados "Panama Papers", pediu nessa quinta-feira (5) ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) que não publique novos documentos sobre paraísos fiscais e deixou entrever futuras ações legais.

A empresa panamenha enviou uma carta ao ICIJ na qual o convoca a desistir de publicar integralmente os "Panama Papers" na próxima segunda-feira, como está previsto, porque é "um roubo de informação e uma violação ao tratado de confidencialidade entre cliente e advogado, o que nos devemos esforçar em proteger".

"Esperamos que a polêmica não nos arraste a futuras ações legais", manifestou o escritório panamenho em um comunicado.

Os "Panama Papers" são um vazamento de documentos realizado pelo ICIJ onde foi revelado que o escritório Mossack Fonseca criou uma série de empresas offshore para personalidades de todo o mundo, o que pode ter facilitado a evasão de impostos em nível mundial.

Após as primeiras publicações no mês passado, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos anunciou que divulgaria integralmente todos os documentos na próxima segunda-feira.

Após a publicação dos documentos, a França voltou a incluir o Panamá em uma lista de paraísos fiscais, enquanto as maiores economias do mundo, reunidas no G-20, pediram que os países não cooperativos em matéria de informação fiscal sejam punidos.

Segundo Mossack Fonseca, os meios de comunicação "se alimentaram de informação roubada de nosso sistema para divulgar notícias fora de contexto e afetar nossa reputação como empresa séria".

"O Mossack Fonseca opera em todas as jurisdições sob o rígido cumprimento das regulações respectivas da indústria", diz a nota.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pessoas próximas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, ou ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, o ex-chefe da UEFA Michel Platini, o astro argentino Lionel Messi e o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar são mencionados em alguns dos Panama Papers.

As autoridades panamenhas vasculharam em várias ocasiões escritórios e outras instalações desta empresa de advocacia em busca de informação sobre possíveis crimes de lavagem de dinheiro, mas até o momento nenhum de seus diretores está detido ou foi processado.

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