Presidente da Turquia volta a criticar pedido da UE de nova lei antiterror

A UE pede que a Turquia revise sua legislação sobre terrorismo antes de fechar o acordo de vistos
JC Online
Publicado em 07/05/2016 às 14:40
A UE pede que a Turquia revise sua legislação sobre terrorismo antes de fechar o acordo de vistos Foto: Foto: ADEM ALTAN / AFP


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a criticar neste sábado (7) a exigência da União Europeia de que o país reforme sua legislação antiterrorismo, como parte de um acordo que permitirá a cidadãos turcos viajar sem necessidade de visto para a Europa.

A UE pede que a Turquia revise sua legislação sobre terrorismo antes de fechar o acordo de vistos, parte de uma compromisso mais amplo pelo qual o país colabora para interromper o fluxo de imigrantes para a Europa.

Erdogan, porém, pressiona por uma definição mais abrangente de terrorismo, no momento em que seu país enfrenta a ameaça dos militantes curdos e também do grupo Estado Islâmico.

As palavras fortes de Erdogan contra a Europa e a iminente saída do cargo do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que negociou o acordo, gerou dúvidas sobre o futuro do pacto entre UE e Turquia.

Durante uma manifestação na cidade de Malatya, no sudeste turco, Erdogan novamente acusou o bloco europeu de apoiar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que há décadas lançou uma insurgência na Turquia e é designado como organização terrorista pela Turquia e seus aliados. Para a própria UE, porém, o PKK é designado como uma entidade terrorista.

"Aqueles que nos criticam por nossa luta contra o terrorismo acabam com a democracia e com liberdades quando bombas explodem em seus próprios territórios", afirmou Erdogan. A França aprovou legislação emergencial para reforçar a segurança, após ser alvo de ataques no ano passado.

Davutoglu era considerado um moderado, diante do estilo cada vez mais autoritário de Erdogan. O premiê, porém, anunciou nesta semana que deixará o posto mais adiante neste mês, após uma disputa com o presidente, por causa da ambição de Erdogan de mudar o sistema de governo para dar poderes executivos ao presidente, hoje em grande medida um cargo cerimonial no país.

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