O caos da Revolução Cultural chinesa não deve se repetir, afirma a imprensa estatal nesta terça-feira (17), quebrando o silêncio depois que o início da campanha completou 50 anos na segunda-feira (16), sem qualquer menção pelas autoridades de Pequim.
O Partido Comunista restringiu o debate sobre o período (1966-1976) para evitar qualquer problema À legitimidade de seu poder.
Muitos comentários publicados nas redes sociais foram censurados na segunda-feira e grande parte da imprensa ignorou o tema na segunda-feira.
Críticos desejavam uma análise histórica profunda, porque sem a mesma, alegam, o fenômeno poderia se repetir, uma tarefa que o jornal estatal Global Times afirmou ser desnecessária.
"Já dissemos adeus à Revolução Cultural", afirma a publicação oficial em um editorial nesta terça-feira (17).
"Hoje podemos afirma novamente que a Revolução Cultural não pode voltar, nem voltará. Não há espaço na China atual", completa o texto.
O Diário do Povo, órgão do comunicação do Partido Comunista, não mencionou o aniversário na segunda-feira, mas nesta terça-feira afirma que o país aprendeu com o passado e evoluiu.
"A China não permitirá nunca mais um erro como o da Revolução Cultural", afirma a publicação, antes de destacar que foi "completamente equivocado, tanto na teoria como na prática".
Em 1981, o Partido Comunista chinês anunciou que a Revolução foi um grave error que "produziu agitação interna e trouxe a catástrofe ao Partido, ao Estado e ao povo", uma afirmação que para o Diário do Povo é "cientificamente irrepreensível".
A resolução atribuiu toda a responsabilidade a Mao Tsé-Tung e evitou a questão do papel do partido.