Os albinos do Malauí estão sofrendo "uma onda sem precedentes de ataques brutais", indicou nesta terça-feira (7) a Anistia Internacional, que acusa a polícia de ser incapaz de acabar com este flagelo, estimulado por rituais.
Ao menos 18 pessoas com albinismo - ausência congênita de pigmentação - foram assassinadas no Malauí desde novembro de 2014.
Outras cinco estão desaparecidas, indica a organização baseada em Londres.
"A onda sem precedentes de ataques brutais contra pessoas com albinismo criou um clima de terror", afirma Deprose Muchena, diretor da Anistia Internacional para o sul da África.
O relatório da Anistia, que critica a incapacidade das autoridades do país em defender os albinos, indica que seus ossos são utilizados como "amuletos e poções mágicas na crença de que trazem boa sorte ou riqueza".
"O macabro comércio está estimulado pela crença de que os ossos dos albinos contêm ouro", denuncia o relatório.
A população albina do Malauí, avaliada entre 7.000 e 10.000 pessoas, vive "em um clima de medo constante".
"Não deixam nem mesmo os mortos em paz. A polícia do Malauí contabiliza ao menos 39 casos de exumação ilegal de cadáveres de albinos ou de pessoas em posse de ossos ou de membros de albinos", acrescenta o documento.