Um policial e sua companheira foram assassinados na segunda-feira (13) à noite perto de Paris, em uma "ação terrorista" de um homem com vínculos jihadistas, que afirmou pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI) e foi morto pelas forças de segurança.
O presidente francês, François Hollande, classificou nesta terça-feira (14) de "incontestável ação terrorista" os assassinatos, que aconteceram na segunda-feira na residência das vítimas ao noroeste de Paris.
"A França enfrenta uma ameaça terrorista de grande importância", advertiu o presidente.
O ataque aconteceu dois dias depois do massacre de Orlando (Estados Unidos), reivindicado pelo EI, que deixou 49 mortos e 53 feridos em uma boate gay, e em plena Eurocopa, que está sendo disputada na França apenas sete meses depois dos atentados de novembro de 2015 em Paris (130 mortos), também cometidos pelo grupo extremista.
O criminoso, morto pela tropa de elite da polícia francesa, foi identificado como Larossi Abballa, de 25 anos. Ele havia sido condenado em 2013 a uma pena de três anos por integrar uma rede jihadista que pretendia "preparar atos terroristas".
A rede, que tinha vínculos na França e Paquistão, facilitava o recrutamento, a formação física e ideológica, assim como o envio ao Paquistão de jovens voluntários para a jihad armada, informaram fontes próximas à investigação.
Fichado por radicalização, Abballa também foi citado em uma investigação recente sobre uma rede extremista síria, de acordo com as fontes.
Às 21H00 de segunda-feira (16H00 de Brasília), Abballa agrediu com uma faca um policial de 42 anos que estava em trajes civis em um bairro residencial de Magnanville, ao oeste de Paris.
Testemunhas afirmaram que ele gritou Allahu Akbar (Deus é grande) no momento da agressão fatal.
Larossi Abballa se entrincheirou em seguida na residência da vítima, que foi rapidamente cercada pela força de elite da polícia. Após negociações que não deram resultado, os agentes invadiram o local e mataram o criminoso.
"Ao entrar, as forças de segurança encontraram o corpo de uma mulher e o agressor foi abatido", disse o procurador de Versalhes.
A mulher, esposa do policial assassinado, trabalhava como secretária na delegacia da localidade de Mantes-la-Jolie, ao oeste da capital francesa.
Os agentes resgataram o filho do casal, de três anos, em estado de choque mas ileso. A criança recebeu atendimento médico.
- 'Combatente do EI' -
Pouco depois do anúncio dos assassinatos, a agência Amaq, vinculada ao Estado Islâmico, anunciou que "um combatente do EI" matou um policial e sua companheira perto de Paris, de acordo com o SITE, o centro americano de vigilância de portais extremistas.
Fontes policiais informaram antes mesmo do comunicado da Amaq que Larossi Abballa havia alegado pertencer ao EI durante as negociações com as forças de segurança.
O departamento antiterrorista da Procuradoria de Paris assumiu o comando da investigação.
O primeiro-ministro Manuel Valls manifestou "a solidariedade de toda a nação com os policiais", ao mesmo tempo que incentivou o país a "rejeitar o medo, a combater o terrorismo".
Desde os atentados de novembro em Paris, a França vive um clima de ameaça terrorista e adotou dispositivos de seguração mais rígidos.