Tropas de elite de Bangladesh libertaram neste sábado (2) treze reféns e mataram seis sequestradores durante o assalto a um restaurante tomado por homens armados, supostamente ligados ao grupo Estado Islâmico.
"Abatemos seis terroristas. A área foi liberada", disse o comandante do Batalhão de Ação Rápida, Tuhin Mohammad Massud, que liderou o assalto ao restaurante, acrescentando que treze reféns - dez bengaleses e três estrangeiros - foram resgatados sãos e salvos.
O porta-voz do Exército, coronel Rashidul Hassan, confirmou à AFP que "a operação terminou e a situação está sob controle".
Segundo um oficial da polícia, cerca de dez homens haviam invadido o restaurante, às 21h20 local (12h20, horário de Brasília) de sexta-feira, aos gritos de "Allahu Akbar" ("Alá é grande").
O ataque ao restaurante foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que informou "mais de 20 mortos, de diferentes nacionalidades", segundo um comunicado da agência de notícias Amaq, ligada à organização.
Após mais de dez horas de impasse, as forças especiais decidiram lançaram o assalto para libertar os reféns.
O restaurante era frequentado por diplomatas e empresários estrangeiros que vivem em Bangladesh.
O embaixador italiano, Mario Palma, declarou que os sequestradores não tinham o "desejo de negociar" e estavam em "missão suicida".
De acordo com a rede de televisão Ekattur, 40 pessoas foram tomadas como reféns, a metade estrangeiros.
Já Sumon Reza, um dos gerentes do estabelecimento que conseguiu escapar pelo telhado para uma loja vizinha, relatou que os invasores fizeram cerca de 20 reféns.
No momento do ataque dos sequestradores, dois policiais foram mortos, ao que parece atingidos por balas ou estilhaços de granadas", segundo o comissário de polícia Sheik Nazmul Alam.
Diego Rossini, um chef argentino que trabalha no restaurante, contou que os atacantes "entraram carregando explosivos e granadas". "Foi um massacre, chegaram atirando".
Rossini disse que escapou pelo terraço do restaurante, com um grupo de pessoas, após um agressor atirar contra ele "e não acertar".
Bangladesh vem sofrendo uma onda de assassinatos dos defensores da laicidade, de intelectuais e de membros das minorias religiosas. Esses ataques têm sido atribuídos a grupos extremistas. Foram mais de 50 mortes em três anos.