O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, elogiou na terça-feira (5) à noite o ditador iraquiano Saddam Hussein por "matar terroristas", o que provocou críticas imediatas da rival democrata Hillary Clinton.
Os Estados Unidos "não deveriam ter desestabilizado" o Iraque, agora um reduto do grupo Estado Islâmico (EI), 13 anos depois da invasão que acabou com o regime de Saddam Hussein, disse Trump.
"Ele era um cara mau, realmente um cara mau. Mas sabem o que ele fazia bem? Ele matava terroristas. Ele fazia isto tão bem", afirmou a simpatizantes o magnata, que expressou um apoio morno à invasão do Iraque antes da guerra e depois manifestou oposição ao conflito.
"Eles não liam seus direitos. Eles não falavam. Eles eram terroristas. E acabou. Hoje em dia, o Iraque é a Harvard do terrorismo. Quer ser um terrorista? Vá para o Iraque, que é como se fosse Harvard", completou o republicano, em referência à prestigiosa universidade americana.
A campanha de Hillary Clinton não demorou a atacar Trump por seus comentários sobre Saddam Hussein, que foi morto na forca em dezembro de 2006, condenado por ter ordenado o assassinato de 150 xiitas duas décadas antes.
"Esta noite, Trump voltou a elogiar a Saddam Hussein como um grande assassino de terroristas, comentando com aprovação que ele nunca se incomodou de ler os direitos de ninguém. Na realidade, o regime de Hussein patrocinava o terrorismo", afirmou em um comunicado Jake Sullivan, assessor de Hillary Clinton.
"Os elogios de Trump a ditadores brutais, e as lições distorcidas que parece ter aprendido da história deles, demonstram novamente como ele seria perigoso como o comandante em chefe e o quão indigno ele é para o cargo ambiciona", completou Sullivan.
No ano passado, Trump declarou que o mundo estaria melhor se Saddam Hussein e o líbio Muamar Khadafi, morto por uma revolta popular em 2011, ainda estivessem no poder