O satélite japonês Hitomi conseguiu captar dados inéditos e surpreendentes sobre o aglomerado de galáxias de Perseu e depois ficou em silêncio, anunciou nesta sexta-feira (8) a Agência de Exploração Espacial Japonesa (JAXA).
A agência perdeu em março o controle de Hitomi e, em abriu, se conformou com a perda deste caro satélite equipado com material de ponta.
No entanto, antes de desligarr, Hitomi captou dados que, uma vez analisados, revelaram informações surpreendentes sobre este aglomerado de galáxias situado na constelação de Perseu.
Hitomi captou "pela primeira vez o movimento de gás no aglomerado de galáxias, e entendemos que era extraordinariamente lento", ou seja, uma velocidade de 150 km por segundo, explicou a agência JAXA em um comunicado.
O satélite Hitomi foi desenvolvido em colaboração com 70 instituições japonesas, a agência especial americana Nasa e sua equivalente europeia, a ESA.
Hitomi é um aparelho de 14 metros de comprimento e 9 de largura, e pesa 2,7 toneladas.
Levava a bordo 200 espelhos para o recolhimento e concentração de raios X a instrumentos de última geração, como quatro telescópios e dois detectores de raios X.
O projeto, de um custo de 31 bilhões de ienes (275 milhões de euros à taxa de câmbio atual) foi pensado para responder a questões como quais são as leis da física em condições extremas, o que ocorreu no momento em que o universo foi criado, como as galáxias se formaram e evoluíram e como os buracos negros crescem.