Um cessar-fogo estava em vigor nesta terça-feira (12) em Juba, capital do Sudão do Sul, depois de quatro dias de confrontos entre as forças oficiais e ex-rebeldes, que provocaram a fuga de 36 mil pessoas.
"Estamos tensos porque pode acontecer qualquer coisa", afirmou à AFP um morador de Juba, que pediu anonimato.
Entre sexta-feira e segunda-feira, Juba foi cenário de confrontos violentos entre as forças leais ao presidente Salva Kiir e os ex-rebeldes do vice-presidente Riek Machar.
Os dois políticos anunciaram na segunda-feira à noite um cessar-fogo, algo que era exigido há vários dias pela comunidade internacional.
Não existe um balanço oficial dos quatro dias de violência, mas as partes em conflito concordam que centenas de pessoas morreram na explosão de violência, que coincide com o quinto aniversário da independência do país.
Os combates começaram após um confronto violento na quinta-feira à noite entre homens dos dois lados, em um dos vários postos de controle da capital, e em circunstâncias ainda não explicadas.
Os novos confrontos colocam em perigo um acordo de paz assinado em 26 de agosto de 2015 e provocam o temor de uma retomada dos combates em grande escala em todo o país, abalado desde o fim de 2013 por uma guerra civil.
O conflito foi marcado por massacres étnicos, que provocaram dezenas de milhares de mortes. Quase três milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
"Os últimos combates desde sexta-feira provocaram o deslocamento de 36.000 pessoas", afirmou a porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Vanessa Huguenin.
Ela disse que o número de deslocados pode aumentar, de acordo com a volatilidade da situação.
Estas pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, fugiram dos confrontos e encontraram refúgio nos abrigos para civis da Missão da ONU no Sudão do Sul e em outros lugares da capital, como igrejas e escolas.