As solicitações de governos sobre dados de usuários ao Google atingiram um número recorde na segunda metade de 2015, informou o gigante da internet.
No seu relatório de transparência divulgado na segunda-feira (19), o Google disse que os governos de várias partes do mundo realizaram 40.677 pedidos vinculados a mais de 81.000 contas entre julho e dezembro de 2015.
Durante os seis meses anteriores a este período, o Google recebeu 35.000 pedidos vinculados a quase 69.000 contas.
"O uso de nossos serviços aumentou a cada ano, assim como as solicitações de dados dos usuários", disse a empresa, acrescentando que entregou os dados em ao menos 64% dos casos.
Os Estados Unidos representam a maior parte, com 12.523 solicitações, seguido pela Alemanha com 7.491, França com 4.174 e Reino Unido com 3.497.
Assim como outras grandes empresas on-line, o Google ressaltou que a entrega de dados é realizada seguindo os processos legais dos países onde opera, a fim de manter a privacidade dos usuários.
"O Google se orgulha de ter saído na frente na publicação desses relatórios, ajudando a divulgar as leis e práticas de vigilância governamental no mundo todo", disse o diretor legal do Google, Richard Salgado.
Em uma publicação no seu blog, Salgado garantiu que um acordo recente entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre privacidade é um avanço positivo porque amplia a proteção nos Estados Unidos aos cidadãos não americanos.
"Esta mudança ajuda a responder as preocupações sobre a capacidade dos não americanos de corrigirem reclamações relativas a dados coletados e armazenados pelo governo dos Estados Unidos sob a lei americana", disse.
"De fato, as distinções que as leis de privacidade e vigilância dos Estados Unidos fazem entre cidadãos americanos e não americanos são cada vez mais obsoletas em um mundo onde as comunicações ocorrem principalmente em um meio global: a internet", completou.
WHATSAPP - Nesta terça-feira (19) a justiça brasileira bloqueou o serviço de mensagens WhatsApp, administrado pelo Facebook, por não disponibilizar mensagem à Justiça. O serviço justificou, dizendo que as mensagens são criptografadas e não podem ser entregues às autoridades porque não podem ser decodificadas.