O governo de coalizão irlandês decidiu nesta sexta-feira (2) recorrer da decisão da Comissão Europeia de exigir que a Apple ague ao fisco irlandês 13 bilhões de euros em impostos atrasados, anunciou um porta-voz do ministério das Finanças.
"O gabinete tomou a decisão unânime de apelar", disse à AFP o porta-voz do ministério, afastando as dúvidas sobre a capacidade do governo de coalizão de chegar a um acordo sobre o tema.
O Parlamento irlandês, que não retomaria as atividades até o fim de setembro, se reunirá em caráter de emergência na quarta-feira para debater o tema, que coloca em risco a política do país de atrair multinacionais com uma tributação reduzida.
Depois de três anos de investigação, a Comissão Europeia concluiu que a Irlanda havia concedido à Apple vantagens fiscais indevidas por 13 bilhões de euros, uma decisão muito criticada pelos Estados Unidos.
O CEO da Apple, Tim Cook, chamou de "lixo político" a decisão e negou que a empresa tenha recebido qualquer tratamento favorável na Irlanda, em entrevista ao jornal The Independent.
A empresa americana também pretende recorrer da decisão.
Os dois recursos não evitarão que a Apple seja obrigada a a pagar o maior valor já exigido na história pelas autoridades europeias em um caso similar, mas o dinheiro ficará depositado em juízo até uma decisão definitiva.