Exército sírio anuncia ofensiva em Aleppo

Segunda principal cidade da Síria, Aleppo está dividida desde 2012 em setor oeste, dominado pelo regime, e os bairros do leste, de controle dos rebeldes
AFP
Publicado em 22/09/2016 às 19:57
Segunda principal cidade da Síria, Aleppo está dividida desde 2012 em setor oeste, dominado pelo regime, e os bairros do leste, de controle dos rebeldes Foto: FOTO: AMEER ALHALBI / AFP


O Exército sírio anunciou, nesta quinta-feira (22), o início de uma ofensiva na parte rebelde da cidade de Aleppo, localizada ao norte da Síria, com o objetivo de retomar o setor.

"O comando das operações militares anuncia o início de suas operações nos bairros do leste da cidade [controlados pelos rebeldes] e pede aos habitantes que se afastem das posições dos grupos terroristas [grupos rebeldes, segundo o governo]", de acordo com o comunicado do Exército, divulgado pela agência oficial de notícias Sana.

A segunda principal cidade e antiga capital econômica da Síria está dividida desde 2012 em setor oeste, em poder do regime, e os bairros do leste, controlados pelos rebeldes.

O Exército informou que os cidadãos dos bairros rebeldes que se apresentarem aos pontos de controle na linha de demarcação não serão detidos, e destacou que adotará "todas as medidas para facilitar o acolhimento de civis" procedentes do lado insurgente.

"Trata-se de uma grande ofensiva terrestre apoiada pelos bombardeios de aviões russos visando tomar, pouco a pouco, o setor leste de Aleppo, com a retirada da população", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Querem tomar primeiro os bairros de Amiriya, Sukari e Sheikh Said", situados no sudeste da cidade.

O correspondente da AFP na parte rebelde de Aleppo, que escutou bombardeios durante toda esta quinta-feira, observou uma dezena de famílias fugindo de Sukari para outros bairros rebeldes, mais ao norte.

A operação do Exército em Aleppo foi anunciada enquanto líderes de cerca de vinte países e organizações internacionais discutiam em Nova York como colocar nos trilhos um processo diplomático para acabar com uma guerra civil que já deixou 300 mil mortos e milhões de deslocados desde 2011.

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