O papa Francisco chegou nesta sexta-feira (30) à ex-república soviética da Geórgia para uma viagem que promete ser um ato delicado de equilíbrio em uma região às vezes instável.
O pontífice tem perseguido melhores relações com a Igreja Ortodoxa russa, que tem forte influência sobre os países da ex-União Soviética, mas os moradores locais esperam que a visita também sublinhe a contínua presença de tropas russas em seu solo
O governo da Geórgia espera usar a visita para impulsionar as ambições do país de se virar para o Ocidente e estreitar laços com a União Europeia.
"A chegada do papa mostra que estamos nos aproximando da europa e o governo pode usar a viagem papal para fazer exatamente isso", disse Tamaz Imnaishvili, um analista político local.
Os católicos na Geórgia representam menos de 1% da população total, e também querem que o papa analise questões de discriminação contra eles. Mais de 85% dos georgianos se dizem católicos ortodoxos.
Além da presença de tropas russas em territórios contestados, como Abkhazia e Ossétia do Sul, o governo em Tbilisi também deseja que o papa veja a situação dos refugiados dessas regiões. Mais de 200 mil pessoas foram deslocadas da região por causa de conflitos.
Francisco é um grande defensor dos refugiados e seu enfrentamento da questão no país, que é visto por Moscou como dentro de sua esfera de influência, pode irritar o governo russo O presidente Vladimir Putin tem repetidamente se oposto a uma resolução das Nações Unidas pelo retorno dos desalojados das regiões separatistas. Fonte: Associated Press.