A vitória de Hillary Clinton ou Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos poderá trazer consequências para o relacionamento diplomático do país com o Brasil. A tendência é que se Hillary ganhar, os tratados continuem da forma como estão atualmente. Mas se Trump sair vencedor, os laços devem ficar mais complicados, avaliam analistas ouvidos pelo JC.
Na opinião do professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília, Creomar Souza, caso Hillary ganhe, a relação com o Brasil não deverá sofrer grandes alterações. “No caso específico da América Latina isso vai estar muito mais vinculado à manutenção das relações comerciais e políticas, tendo em vista os desafios que as regiões têm que enfrentar em termos como combate ao narcotráfico, à estabilidade democrática e outras questões fundamentais”, disse o professor, acrescentando que a candidata já foi secretária de Estado e conhece os trâmites internacionais.
Para Joanisval Gonçalves, sou consultor legislativo do Senado para Relações Exteriores e Defesa Nacional, e doutor Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB), o diálogo de Trump com países como o Brasil é uma incógnita porque ele não apresentou um programa claro sobre o tema. “Uma coisa é certa: para que sejam feitas essas relações exteriores, ele vai precisar de um apoio do Congresso. Ele precisa em muitas ações ser referendado pelo Senado. Quando a gente pensa em política externa dos Estados Unidos, o papel decisório do presidente sofre limitações. Tanto é que a gente costuma ver uma certa homogeneidade na política externa de presidentes democratas ou republicanos”, analisa.
Para o cientista político Thales Castro, professor da Universidade Católica de Pernambuco e da Faculdade Damas, Trump poderá se beneficiar da conservadora que surge no mundo. “Isso vai ter repercussões no Brasil de 2018. Ele está aproveitando desse momento de conservadorismo de direita e que projetará ainda muitos outros candidatos na Europa, pós-experiência de Trump”, avalia.