A vitória do "não" em referendo na Itália sobre reformas na Constituição, conforma apontam projeções preliminares, deverá ser avaliada nesta terça-feira (6) pelo Partido Democrático, do primeiro-ministro Matteo Renzi, que fez campanha a favor das propostas. A informação é do vice-secretário do partido, Lorenzo Guerini.
O voto deste domingo diz respeito principalmente a uma reforma do processo legislativo do país. A aceitação das mudanças tiraria poderes do Senado e aceleraria a tramitação de projetos de lei. Além disso, a reforma busca reduzir a maior parte da autoridade das regiões locais, uma vez que a sobreposição de poderes entre as autoridades locais e o governo central agravou a burocracia e dissuadiu o investimento empresarial.
Projeção feita com base em pesquisa boca de urna e votos já apurados mostram que entre 56% e 60% dos eleitores italianos rejeitaram as reformas. A pesquisa usada para fazer a projeção é do Instituto Piepoli, que apontou vitória do "não" com algo entre 54% e 58% dos votos.
Se a projeção estiver correta, Renzi poderá se demitir na segunda-feira, preparando o cenário para a formação de um governo interino e, possivelmente, novas eleições nacionais no próximo ano. Isto significaria uma nova incerteza na Itália, a quarta maior economia da União Europeia, em meio a um momento em que o bloco luta para retomar o crescimento e definir seu futuro.