O norte da Austrália parecia nesta quarta-feira uma "zona de guerra", segundo as autoridades, após a passagem do ciclone Debbie, que deixou um rastro de destruição em cidades que estão isoladas e sem eletricidade.
Debbie, que atingiu a categoria quatro (1 a 5) na terça-feira (28) sobre o Estado de Queensland, tocou a terra entre Bowen e Airlie Beach com ventos de 270 km/h, destruindo os lugares mais turísticos da região.
Nesta quarta-feira (30), Debbie perdeu força e se transformou em depressão tropical, mas o departamento de Meteorologia adverte para o risco de fortes ventos, chuva intensa e inundações.
As estradas de acesso a Bowen, Airlie Beach e Proserpine estão bloqueadas por árvores, e cerca de 50 mil pessoas estão sem eletricidade na região.
Até o momento não há registro de mortes, mas um homem ficou gravemente ferido na terça-feira na queda de um muro.
Dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas de forma preventiva e algumas das ilhas mais turísticas na região da Grande Barreira de Coral foram atingidas.
O Hotel Daydream Island Resort informou que sofreu danos graves, principalmente em seu cais e nos apartamentos. "As condições foram extremas, com muita chuva e violentas rajadas de vento, que danificaram o hotel e seus arredores".
Imagens nas redes sociais revelavam um avião tombado, iates jogados em terra, postes elétricos derrubados e árvores sobre casas destruídas.
O prefeito de Whitsunday, Andrew Willcox, descreveu Bowen como uma "zona de guerra". "Esta magnífica cidade costeira está quase destruída, mas vamos reconstruí-la", disse ao Channel Nine.
Na cidade mineira de Collinsville, os telhados foram arrancados, revelou a imprensa local. "Estou destruída, emocional e fisicamente. Passei as piores 24 horas da minha vida", disse Julie, 53 anos, a Australian Broadcasting Corporation.
Equipes iniciaram nesta quarta-feira a avaliação dos prejuízos. Helicópteros e aviões militares aguardavam ordens para participar das operações de limpeza do governo central.
Debbie foi o ciclone mais violento no país desde a passagem do Yasi, em 2011, que destruiu casas ao norte de Queensland e provocou danos avaliados em 1 bilhão de dólares.