A oposição e a sociedade civil voltaram a pedir nesta quinta-feira (27) em uma manifestação em Pretória, capital administrativa da África do Sul, a renúncia do presidente do país Jacob Zuma. Militantes da opositora Aliança Democrática (AD), cidadãos sem filiação política e organizações cívicas se reuniram em um estádio da cidade para mostrar sua repulsa ao presidente, ao qual acusam de graves atos de corrupção que prejudicaram a economia sul-africana. As informações são da agência EFE.
Trata-se do terceiro dia de protestos contra Zuma neste mês de abril, depois que o presidente demitiu no dia 31 de março o respeitado ministro de Finanças Pravin Gordhan. A demissão de Gordhan provocou uma onda de indignação dentro e fora do Congresso Nacional Africano (CNA) liderado por Zuma e fez com que duas agências de qualificação de risco rebaixassem a nota da economia sul-africana.
Os críticos do presidente atribuem a saída de Gordhan do governo à oposição do então ministro de Finanças ao projeto nuclear que Zuma pretende desenvolver. Segundo eles, o caro projeto beneficiaria um grupo de empresários próximos a Zuma e um dos filhos do presidente, que compraram, em 2009, uma mina de urânio que poderia abastecer os novos reatores.
A manifestação em Pretória foi organizada pelo recém criado Movimento da Liberdade, uma plataforma que reúne alguns partidos opositores e grupos cívicos para "proteger a Constituição" e "derrubar Zuma". A oposição sul-africana prepara uma moção de censura contra o presidente, à qual se espera que se somem os deputados descontentes da maioria absoluta oficialista.