ONU pede a nigerianos que não rejeitem as meninas de Chibok

Segundo uma autoridade militar, uma das meninas libertadas estava acompanhada de um menino de menos de dois anos
AFP
Publicado em 08/05/2017 às 18:31
Segundo uma autoridade militar, uma das meninas libertadas estava acompanhada de um menino de menos de dois anos Foto: Foto: STEFAN HEUNIS / AFP


As Nações Unidas comemoraram nesta segunda-feira (8) a libertação de 82 estudantes secundaristas nigerianas, depois de mais de três anos de cativeiro nas mãos do grupo extremista Boko Haram, e pediu a seus familiares que não as rejeitem. As jovens, sequestradas em 2014 de uma escola de Chibok, nordeste da Nigéria, foram libertadas no sábado (6) em troca de membros do Boko Haram detidos, após um acordo com o grupo islamita.

Uma das meninas libertadas estava acompanhada de um menino de menos de dois anos, segundo uma autoridade militar.

"Fazemos um apelo a todos os nigerianos, incluindo as famílias e as comunidades locais das jovens libertadas, para que as integrem completamente e lhes proporcionem o apoio necessário para assegurar sua reintegração na sociedade", disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

O líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, tinha jurado que ia vender as meninas como escravas sexuais ou forçá-las a se casar com seus lutadores.

Membros do pessoal do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que oferece serviços sanitários às mulheres, estão ajudando as jovens com "assistência reprodutiva" e psicossocial, informou Dujarric. Não informou se ofereceram a algumas das meninas para abortar. "Infelizmente vimos isto em muitas partes do mundo: vítimas de estupro são rejeitadas por suas comunidades", acrescentou Dujarric.

Bem-estar

O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, prometeu neste domingo que ia "supervisionar diretamente" os esforços encaminhados a assegurar o bem-estar das moças.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) destacou, por sua vez, que tinha "facilitado o retorno seguro" das meninas enquanto "intermediário neutro", seis meses depois que outras 21 meninas de Chibok foram libertadas com apoio do CICV e do governo suíço.

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