Aproximadamente 500 imigrantes, amontoados em uma embarcação, foram interceptados nesta quarta-feira (10) pela Guarda Costeira líbia próximos à cidade de Sabratha, quando embarcavam rumo à Itália.
"Uma ONG alemã, Sea Watch, tentou impedir a operação dos agentes (...) em águas líbias, com a intenção de resgatar os imigrantes sob pretexto de que o território líbio não era seguro", indicou à AFP o porta-voz da marinha líbia Ayub Kacem.
As ONGs que atuam no Mediterrâneo vêm sendo criticadas pela Itália há várias semanas por serem supostamente "cúmplices" dos traficantes de seres humanos que operam na Líbia.
A operação ocorrida nesta quarta-feira ocorreu a 19 milhas marinhas de Sabratha, mais especificamente Kacem. Os traficantes atacaram os patrulheiros, mas não houve vítimas.
No total havia 493 pessoas embarcação, que já começava a afundar. Desses, 277 eram do Marrocos, e dezenas de Bangladesh, ressaltou.
Entre eles havia 20 mulheres e uma criança, assim como imigrantes provenientes da Tunísia, Síria, Egito, Sudão, Paquistão, Chade, Mali e Nigéria, comunicou Kacem.
"A embarcação, um barco de madeira de aproximadamente 18 metros de comprimento, carregava um grande número de imigrantes, muito além da sua capacidade", informou o coronel Abu Ajela.
"Poderia ter se partido em duas partes a qualquer momento. (Os imigrantes) estavam diante de um real perigo", advertiu.
Esses imigrantes foram levados à base naval de Trípoli, de onde a Crescente Vermelho líbia e membros da Organização Internacional para as Migrações (OIM) lhes ofereceram ajuda humanitária, antes que eles fossem direcionados à centros de detenção na capital.
De acordo com as organizações internacionais, entre 800.000 a um milhão de pessoas, em sua maioria da África subsaariana, encontram-se atualmente na Líbia com a intenção de cruzar o Mediterrâneo em embarcações pouco seguras, que em sua grande maioria começam a ruir nas proximidades de Sabratha.