A Organização dos Estados Americanos (OEA) adiou para a próxima segunda-feira (15), a pedido do Equador e de vários países do Caribe, a votação da data da reunião de consulta de chanceleres sobre a situação na Venezuela. As informações são da agência EFE.
Um grupo amplo de países queria votar nesta quarta-feira (10) a proposta de convocar a reunião de chanceleres para 22 de maio na sede da OEA em Washington, mas teve que adiar esta decisão perante a oposição de alguns países aliados da Venezuela.
A representação venezuelana não estava presente na sessão, depois de solicitar em 28 de abril sua saída da OEA - que não será efetiva até 2019 -, precisamente pela aprovação da convocação da reunião de chanceleres sobre sua crise em 26 de abril.
Na próxima segunda será realizado um Conselho Permanente Extraordinário para votar uma nova proposta de data que deverá entrar em consenso nos próximos dias para evitar uma situação de bloqueio como a de hoje.
Os países que defenderam a convocação do dia 22, para a qual seus respectivos ministros de Relações Exteriores já tinham separado um espaço em suas agendas, foram os que propuseram a iniciativa: Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
O primeiro país a pedir a troca da data da reunião foi o Equador, com o argumento de que no dia 24 de maio os chanceleres foram convidados à posse do novo presidente do país, Lenin Moreno. As delegações promotoras lhe responderam que havia tempo suficiente para viajar e atender as duas convocações.
Depois, um grupo de países do Caribe, que sempre apoiam a Venezuela na OEA, começou uma série de intervenções para denunciar que não foram incluídos nas reuniões preparatórias da sessão de hoje, para propor um "grupo de trabalho" que incorpore todos e para adiar a data do encontro.
Os países que impediram a votação hoje pertencem ao grupo de nações que no último dia 26 votou contra convocar a reunião de chanceleres sobre a Venezuela: Antígua e Barbuda, Bolívia, Dominica, Equador, Haiti, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas e Suriname.
Agora começa uma nova negociação para entrar em consenso sobre uma data que possa ser aprovada no Conselho Extraordinário de segunda-feira, algo que, em vista da tensão evidenciada hoje na reunião, não parece fácil de conseguir.
O Ministério Público da Venezuela confirmou nesta quarta-feira (11) a morte de um mototaxista de 32 anos que ficou ferido na segunda-feira passada em uma manifestação no estado de Mérida, o que eleva para 38 o número de mortos na onda de protestos dos últimos 40 dias no país.
Em um comunicado, o MP venezuelano declarou que a vítima morreu hoje no Hospital Universitário de Los Andes.