Parlamentares americanos pressionaram, neste domingo (14), Donald Trump pela demissão do diretor do FBI, James Comey, e pediram ao presidente que entregue eventuais "gravações" de conversas com o chefe de sua Polícia Federal.
Em um tuíte divulgado na sexta-feira, o presidente ameaçou: "James Comey faria bem em assegurar-se que não existam 'gravações' de nossas conversas antes de começar a fazer revelações à imprensa!".
Comey foi demitido na terça-feira enquanto o FBI investiga os vínculos entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia.
Os porta-vozes da Casa Branca se negaram a comentar esse tuíte de Trump e também a dizer se o presidente grava suas conversas no Salão Oval.
Para os democratas, essa mensagem no Twitter é claramente uma tentativa de intimidação e Chuck Schumer, o chefe da bancada no Senado, insistiu na CNN que se há gravações "o presidente deve entregá-las imediatamente. Destruí-las seria uma violação à lei".
Em outra entrevista com a NBC, Schumer pediu que o Departamento de Justiça nomeie um procurador especial para trabalhar no caso russo, porque "realmente poderia processar pessoas por violação à lei".
O senador democrata Mark Stone, membro da comissão de Inteligência, que também investiga as relações entre a campanha de Donald Trump e Moscou, quer ter certeza de que "esses cassetes, se existem, sejam preservados".
Entre os republicanos, um dos senadores mais conservadores, Mike Lee, também avalia que era "provavelmente inevitável" entregar essas gravações. "Se existem essas gravações, acredito que serão exigidas pela justiça e provavelmente será preciso entrega-las", disse à Fox. Lee deu, contudo, o benefício da dívida ao presidente Trump: "Pelo o que eu sei (Trump) coopera plenamente e quer que essa investigação chegue até o final".
Seu colega Lindsey Graham, também republicano, aconselhou na NBC ao presidente que "veja as coisas em perspectiva e deixe que a investigação avance".
Por sua vez, o ex-diretor de Inteligência, James Clapper, declarou à CNN que não sabe se Trump gravava secretamente suas conversas.
Para Clapper, p que acontece em torno da investigação sobre a Rússia é muito preocupante.
"Acho que nossas instituições estão ameaçadas de muitas maneiras externamente, e a principal informação aqui é de que a Rússia a interferiu na nossa eleição. Mas acho também que nossas instituições também estão ameaçadas internamente", acrescentou. "Ameaçadas pelo presidente?", lhe perguntaram. "Exatamente", respondeu.