Após ameaças, atos do Dia contra a Homofobia são cancelados no Líbano

Diretor da ONG que organizava o evento no Líbano afirmou que sofreu intimidações, pressões e ameaças por parte de extremistas conservadores mulçumanos
ABr
Publicado em 15/05/2017 às 10:24
Diretor da ONG que organizava o evento no Líbano afirmou que sofreu intimidações, pressões e ameaças por parte de extremistas conservadores mulçumanos Foto: Foto: Andrew Cowie/AFP


A ONG libanesa Proud (Orgulho) cancelou nesta segunda-feira (15) os atos programados para o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, comemorado na próxima quarta-feira (17), temendo pela segurança dos participantes depois das ameaças recebidas.

O co-fundador e diretor da ONG, Bertho Makso, disse que o hotel reservado para a organizar do evento, o mesmo usado em anos anteriores, cancelou a estadia alegando que o grupo não é bem-vindo.

"Nem as autoridades, nem grupo algum nos procurou para dizer a razão de proibirem o evento, mas as pressões eram tantas que o hotel se viu obrigado a anular a reserva", relatou Makso à Agência EFE.

Ele disse que a ONG foi alvo de uma "intimidações, pressões e ameaças de vários tipos e não só por parte de extremistas muçulmanos". O diretor acusou às autoridades de "fracassar" em seu dever de proteger as minorias e de "ceder" a grupos conservadores.

"Fomos obrigados a cancelar a comemoração por temer a segurança dos participantes", disse Makso, assegurando que, apesar de cancelar o evento, o grupo continuará "a luta" para ter reconhecidos os direitos civis dos homossexuais.

Como parte da programação, o Proud publicaria um relatório sobre a tortura e os abusos que o coletivo LGBT sofre no Líbano, exibiria um documentário e apresentaria uma peça teatral sobre o tema.

Várias organizações muçulmanas criticaram nas redes sociais e em meios de comunicação a comemoração do Dia Internacional contra a Homofobia.

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