Os países da Opep e seus sócios decidiam nesta quinta-feira (25) uma prorrogação de nove meses, até março de 2018, de seu acordo para limitar a produção de petróleo, apesar das dúvidas do mercado sobre seu efeito nos preços.
"Foi ratificada a decisão de prorrogar por nove meses" os cortes, anunciou o ministro equatoriano do Petróleo, Carlos Pérez, ao final da reunião na sede, em Viena, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Pouco antes de se reunir com seus colegas, o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, líder de fato do grupo, assegurou que a renovação será nas mesmas condições do ano passado.
O pacto firmado em novembro passado, o primeiro importante em anos de um cartel que parecia ter perdido sua capacidade de influência, levou 24 países de dentro e de fora da Opep a reduzir sua produção em um total de 1,8 milhão de barris diários (MBD) em relação aos níveis de outubro de 2016.
O resultado é um barril que agora se aproxima dos 50 dólares, preço que ainda é menos da metade em comparação ao de 2014.
"A ideia é levar agora os inventários a níveis similares à média dos últimos cinco anos", declarou o ministro venezuelano do Petróleo, Nelson Martínez.
Este é um objetivo compartilhado por seus sócios do grupo, que representa 40% da produção mundial.
Diante da queda de preços provocada pelo petróleo de xisto nos Estados Unidos, cada vez mais competitivo, os 13 membros da e outros grandes produtores mundiais, entre eles a Rússia, concordaram no ano passado em limitar sua produção.
O principal objetivo é reduzir os estoques e apoiar a alta dos preços, um acordo enfim renovado nesta quinta-feira.
"Para estabilizar o mercado precisamos de várias condições, a principal delas é regularizar o tamanho dos inventários", reafirmou o ministro venezuelano.
Desde o acordo histórico do ano passado, o barril varia entre 45 e 55 dólares em Nova York, muito distante do mínimo de 26 dólares que alcançou em fevereiro de 2016.
Nesta quinta-feira, pouco antes do anúncio, o preço do barril alcançou o preço máximo em um mês (54,67 dólares o Brent e 52,00 o WTI), mas logo caiu cerca de dois dólares.
"Os mercados já contavam com uma prorrogação de nove meses e como não há surpresas os preços não caíram", explicou à AFP Deshpande Abhishek, analista do Natixis.
As negociações não foram fáceis. Entre os países relutantes em prorrogar o acordo estava o Iraque, que necessita da receita para financiar sua guerra contra os extremistas, mas que finalmente decidiu aceitar o plano.
Nigéria e Líbia, que também enfrentam problemas internos, podem seguir isentos de cumprir os cortes.
A Opep também anunciou oficialmente nesta quinta-feira a entrada da Guiné Equatorial no cartel e explicou que o país africano também participará nos esforços de redução.