Opositores bloqueiam ruas na Venezuela em protesto contra Maduro

''Não há passagem!'', gritavam nessa segunda-feira (26) manifestantes que bloquearam uma estratégica avenida de Caracas
AFP
Publicado em 27/06/2017 às 6:13
''Não há passagem!'', gritavam nessa segunda-feira (26) manifestantes que bloquearam uma estratégica avenida de Caracas Foto: Foto: JUAN BARRETO / AFP


"Não há passagem!", gritavam nessa segunda-feira (26) manifestantes que bloquearam uma estratégica avenida de Caracas em novos protestos contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, marcadas por atos violentos que deixaram quatro feridos a bala, incluindo três militares.

Yofre Rodríguez, de 18 anos, levou um tiro na cabeça durante uma "manifestação em Turmero", estado central de Aragua, informou o Ministério Público.

Dirigentes opositores denunciaram que pistoleiros atiraram contra um grupo de manifestantes de um veículo ferindo Rodríguez, ativista do partido Voluntad Popular, do opositor preso Leopoldo López.

Posteriormente, o Ministério Público comunicou que três membros da Guarda Nacional (GNB) foram baleados durante um protesto em Petare, no leste de Caracas, na Venezuela.

"Hoje ficaram feridos três membros da GNB por violentos com armas de fogo no bairro de Miranda, em Petare. Foram levados para um centro médico", revelou no Twitter o ministro do Interior, Néstor Reverol. 

Mortes em protestos na Venezuela

Centenas de pessoas bloquearam vias de Caracas e outras cidades, depois que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou que intensificaria seus protestos, com saldo de 75 mortos em 87 dias.

Em Maracay, capital de Aragua, persistiam os confrontos na noite desta segunda-feira.

Dois jovens de 22 e 17 anos morreram na semana passada nas mãos de militares.

"Estou na rua protestando contra o vil assassinato de nossos garotos", declarou à AFP Indira Gil, manifestante de 52 anos.

A maioria dos bloqueios em Caracas aconteceram com tranquilidade e inclusive alguns mataram o tempo com partidas de dominó ou futebol. No entanto, em vários pontos houve distúrbios depois que os militares e policiais dissolveram as concentrações com gases lacrimogêneos.

"Vamos continuar defendendo nossos direitos", disse à AFP Federico Mallorca, que jogava dominó em uma mesa de plástico em uma rua de Altamira. 

Alguns motoristas discutiam com manifestantes, muitos encapuzados, pedindo passagem. Outros apoiam o protesto, buzinando.

Os arredores da base aérea de La Carlota e a sede da estatal Pdvsa foram cenário de choques entre forças de segurança e manifestantes, que responderam às bombas de gás lacrimogêneo com pedras e coquetéis molotov.

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