Organismos islamitas convocaram nesta terça-feira (4) um boicote à cadeia de cafés Starbucks na Indonésia, acusando-a de defender a comunidade LGBT, depois de um chamado similar na Malásia, outro país majoritariamente muçulmano do sudeste asiático.
O segundo organismo muçulmano mais importante da Indonésia, Muhammadiyah, critica a cadeia americana Starbucks por realizar uma campanha em prol de uma maior aceitação da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) a nível mundial.
"É hora de o governo indonésio considerar revogar a licença da Starbucks na Indonésia na medida em que a ideologia, o negócio e a visão são contrários a nossa ideologia", declarou à AFP o chefe do Departamento de Assuntos Econômicos do Muhammadiyah, Anwar Abbas.
Outro responsável do organismo também convocou os muçulmanos a boicotarem a cadeia no país muçulmano mais povoado do mundo.
"Se o seu negócio consiste em fortalecer a comunidade LGBT, é nosso direito pedir aos muçulmanos que não consumam na Starbucks, a fim de que os seus lucros não sejam utilizados para reforçar a campanha favorável à comunidade LGBT", indicou à AFP Yunahar Ilyas, que é também um dos dirigentes do Conselho dos Ulemas, a instância religiosa mais importante do país.
Nenhum dos porta-vozes da Starbucks na Indonésia contactados pela AFP se encontrava disponível para fazer comentários.
Na Malásia, o movimento ultraconservador Pribumi Perkasa Malaysia chamou no fim de semana passado os muçulmanos deste país a boicotarem a Starbucks pelas mesmas razões, e pediu ao governo que examine a permissão comercial concedida a empresas favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com um porta-voz do organismo, Amini Amir Abdulah.
Na Malásia, a homossexualidade é ilegal e punível com prisão.
Na Indonésia não é ilegal, mas há algum tempo a hostilidade contra a pequena comunidade LGBT aumentou, enquanto vários ministros fizeram declarações homofóbicas em público.