O secretário-geral da Anistia Internacional (AI), Salil Shetty, manifestou-se nesta quinta-feira (6) “profundamente indignado” com a detenção de elementos da organização na Turquia. Ele denunciou o “abuso de poder grotesco” das autoridades e exigiu a libertação imediata e incondicional dos ativistas detidos. A informação é da Agência Lusa.
“Estamos profundamente perturbados e indignados com a detenção descarada, sem acusação formal, de alguns dos mais destacados ativistas dos direitos humanos, incluindo a diretora da Anistia Internacional na Turquia”, afirmou Shetty em comunicado enviado às redações.
“A detenção dela [Idil Eser] e de outros ativistas dos direitos humanos que participavam de uma ação de rotina, constitui abuso de poder grotesco e mostra a situação precária que os ativistas dos direitos humanos enfrentam no país”, acrescentou o secretário-geral da AI.
“Idil Eser e aqueles que foram detidos com ela devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, exigiu o líder da organização.
Os líderes das 20 maiores economias do mundo, que se reúnem em Berlim, na Cúpula do G20, têm sido “extraordinariamente tolerantes com a dissolução dos direitos humanos na Turquia”, acusa o líder da Anistia no comunicado.
“Aproveitando a presença do presidente [Recep Tayyip] Erdogan entre eles, esta seria uma boa oportunidade para apelarem à libertação de todos os defensores dos direitos humanos atualmente detidos” na Turquia, sugeriu Salil Shetty.
Idil Eser, diretora da Anistia Internacional naquele país, foi detida pela polícia turca nessa quarta-feira (5), junto com mais sete ativistas, no momento em que participava de um ato sobre segurança da informação em Buyukada, uma ilha ao largo de Istambul.
Até o momento, a polícia turca não fez qualquer comentário sobre a situação, e os motivos da detenção são desconhecidos.