A cúpula do G20, uma das mais tensas reuniões dos últimos anos, marcada por desencontros diplomáticos e violentas manifestações nas ruas, terminou neste sábado (8) com poucos acordos sobre clima e comércio e o esperado primeiro encontro de Vladimir Putin e Donald Trump.
Esses são alguns dos principais pontos da reunião:
O comunicado final divulgado neste sábado confirma a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que luta contra o aquecimento global, e do isolamento do país nessa questão: todos os outros membros consideram este acordo internacional "irreversível". Ao mesmo tempo, Washington conseguiu a autorização para desenvolver um uso "mais limpo" de fontes de energia fósseis, na contramão do objetivo de uma economia menos focada em carbono.
Um dos pontos mais cercados de expectativa, dada a linha protecionista adotada por Donald Trump desde sua campanha, o G20 chegou a acordo entre o livre-comércio e a regulação. O G20 reafirmou sua luta contra o protecionismo, mas reconheceu aos países o direito de usar "instrumentos legítimos de defesa comercial".
Essa formulação evasiva permite diversas interpretações, como as medidas anti-dumping para proteção das indústrias nacionais visadas por Washington para a siderurgia e o alumínio.
O ansiado primeiro encontro cara a cara entre o presidente americano Donald Trump e o russo Vladimir Putin durou duas horas e quinze minutos. Síria, Ucrânia, acusações de interferência russa nas eleições americanas: os mandatários falaram de todos os assuntos mais sensíveis na relação de Rússia e Estados Unidos.
Suas trocas foram "vigorosas", mas eles reveleram uma "alquimia positiva", garantiu o chefe da diplomacia americana Rex Tillerson. Segundo Moscou, Trump acabou aceitando a negação russa às acusações de sabotagem da campanha presidencial de Hillary Clinton.
Segundo o último balanço, 213 policiais ficaram feridos e 143 pessoas foram detidas entre a última quinta-feira e este sábado. O número de manifestantes feridos ainda não foi precisado. Os conflitos entre polícia e manifestantes, os carros incendiados, as pilhagens e as barricadas perturbaram a organização da cúpula, eclipsaram as manifestações pacíficas e prejudicaram a imagem da Alemanha.
A menos de três meses das eleições legislativas, a situação vivida na segunda maior cidade do país ficou distante do cenário dinâmico e internacional divulgado pelos dirigentes alemães antes da cúpula.
Em seu editorial, o jornal mais lido da Alemanha, o Bild, apontou neste sábado a chanceler como responsável pelo "desastre", acusando-a de ter "falhado" em manter a lei e a ordem pública desde quinta-feira.