A polícia alemã informou neste domingo (9) que cerca de 500 policiais ficaram feridos nos confrontos com manifestantes durante a cúpula do G20 em Hamburgo, depois que novos distúrbios aconteceram no início desta manhã. Após o encerramento, no sábado (8), da cúpula do G20 na cidade portuária do norte da Alemanha, novos confrontos foram registrados durante a noite entre a polícia e manifestantes, que queimaram veículos, segundo as forças de segurança.
Os manifestantes se reagruparam no bairro de Schanzen após o encerramento da reunião dos líderes das maiores economias mundiais. Esta área é um reduto tradicional da esquerda radical e na sexta à noite se tornou palco de um verdadeiro "caos urbano" e "campo de batalha", nas palavras da imprensa alemã.
Armado com garrafas de vidro, os manifestantes vandalizaram carros estacionados e incendiaram vários deles, antes que os agentes da segurança conseguissem dispersá-los com gás lacrimogêneo e canhões de água, informou a polícia no Twitter.
Em uma coletiva de imprensa, o chefe de operações da polícia de Hamburgo, Hartmut Dudde, anunciou que 476 policiais foram feridos e 186 pessoas foram detidas desde quinta-feira. Mais de 20.000 agentes foram mobilizados para garantir a segurança da cúpula.
Não há números sobre manifestantes feridos.
Dudde reconheceu que, embora as forças de segurança tenham sido preparadas durante 18 meses para o evento, a extensão da violência "surpreendeu".
Mais cedo, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier visitou os agentes feridos no hospital junto ao prefeito de Hamburgo, Olaf Scholz, e disse que estava "chocado e abatido" pela "ânsia de destruição exibida pelos manifestantes contra a polícia e os bens dos cidadãos".
"Devemos nos perguntar, como democratas, quantos manifestantes violentos podem chegar a impedir países como a Alemanha de organizarem tais reuniões internacionais", declarou Steinmeier aos repórteres.
Scholz agradeceu o serviço "heroico" da polícia e dos cidadãos de Hamburgo, que levaram flores ao hospital militar, onde muitos oficiais estavam sendo tratados, e prometeu recompensar aqueles afetados pelos atos de vandalismo.
Os distúrbios aconteceram enquanto os líderes das 20 economias mais industrializadas e emergentes participavam de uma cúpula de dois dias centrada no comércio, no terrorismo, nas mudanças climáticas e em outras questões fundamentais.
As autoridades alemãs, com Angela Merkel à frente, foram muito criticadas após os episódios de violência.
Durante a coletiva de imprensa de encerramento do G20, Merkel condenou a violência, ao mesmo tempo que defendeu a escolha de Hamburgo para sediar a cúpula.
"Não é possível decretar que não se pode organizar uma cúpula em determinado lugar", considerou, lembrando que o G20 já foi organizado em Londres e em Cannes na França.