O presidente da França, Emmanuel Macron, pressionou a Alemanha nesta quinta-feira (13) a se comprometer a investir mais na zona do euro durante reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, com o argumento de que Berlim foi favorecida por problemas do bloco monetário e pela fraqueza de outras economias.
Segundo Macron, a zona do euro intensificou as disparidades, sobrecarregando países endividados com mais dívidas ainda e ampliando a competitividade de nações que já eram competitivas.
No fim do ano passado, a dívida pública da França equivalia a mais de 96% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 68,3% na Alemanha. Já a taxa de desemprego no mercado de trabalho francês supera 9% e, na Alemanha, está em torno de 4%.
Macron propõe um orçamento compartilhado da zona do euro com múltiplos usos, inclusive auxiliar financeiramente países-membros em dificuldades, com o argumento de que a iniciativa ajudaria a lidar com falhas expostas com a crise da dívida de 2010.
"A Alemanha foi beneficiada por essas disfunções da zona do euro", disse Macron em entrevista ao jornal regional Ouest France. Para o presidente francês, o bloco precisa de um "poderoso mecanismo de solidariedade" para garantir seu futuro.
Merkel tem sinalizado a disposição da Alemanha de considerar a proposta de Macron. A chanceler, no entanto, também demonstrou cautela em relação à possibilidade de Berlim subscrever passivos de países que, segundo ela, deveriam aceitar suas responsabilidades no âmbito nacional.
"Não acho que devamos tornar tudo mútuo, mas acreditamos que precisamos de convergência de competitividade. Minha prioridade é conversamos mais sobre isso", disse Merkel esta semana, durante conferência empresarial em Munique.
Macron e Merkel se encontraram nesta quinta-feira em Paris, como parte de uma reunião anual dos gabinetes francês e alemão. Fonte: Dow Jones Newswires.