A ONU pediu nesta sexta-feira (14) que a Venezuela respeite o plebiscito que a oposição quer realizar contra a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro e denunciou o uso de tribunais militares para julgar civis.
O apelo coincide com a publicação de dados, por parte do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), mostrando que o número de pedidos de asilo feitos por venezuelanos aumentou nos últimos meses. Cerca de 52 mil requerimentos foram registrados desde janeiro, mais do que o dobro de todo o ano anterior.
"A situação na Venezuela continua muito preocupante", declarou à imprensa uma porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssel.
Desde o início das manifestações contra o governo de Nicolás Maduro, em 1º de abril, pelo menos 92 pessoas morreram, e 1.519 ficaram feridas, relatou, citando a Procuradoria-Geral da Venezuela.
"Além disso, milhares de manifestantes foram detidos arbitrariamente", ressaltou a porta-voz, que também pediu ao governo venezuelano para parar de recorrer a tribunais militares para julgar civis, uma prática "contrária ao Direito Internacional em matéria de direitos humanos".
A porta-voz considera "essencial que o governo tome medidas para garantir que as forças de segurança [...] não exerçam força excessiva contra os manifestantes".
A ONU "insta as autoridades a respeitarem os desejos daqueles que quiserem participar" do plebiscito simbólico organizado pela oposição no próximo domingo (16) contra a Assembleia Constituinte de Maduro.