Trystan Reese e Biff Chaplow, um casal da cidade de Portland, nos Estados Unidos, aguarda o nascimento do primeiro filho biológico ainda neste mês de julho. Trystan é transgênero, de 34 anos, e sempre se considerou um homem homossexual em um corpo de mulher.
No ensino médio, optou por iniciar um tratamento hormonal, encarado como uma experiência difícil, mas que em seis meses já havia surtido o efeito desejado.
Por não querer ter um corpo semelhante ao do companheiro, não quis fazer a cirurgia para redesignar seu órgão sexual. “Eu nunca quis que o meu corpo não fosse um corpo de transexual. Eu estou bem sendo um homem que tem útero, que tem a capacidade de ter um bebê”, explicou.
Trystan e Biff já tem dois filhos, adotados em 2011, mas optaram por tentar um filho biológico. Para isso, Reese precisou parar de tomar testosterona e deixar o corpo preparado para gestação. Após cinco meses, percebeu que já estava grávido.
“Eu acho que meu corpo é impressionante. Eu sinto que é um presente ter nascido com o corpo que tinha. Eu fiz as mudanças necessárias para que eu pudesse continuar vivendo nele, através de hormônios e de outras modificações ", contou.
A experiência de serem pais biológicos de "primeira viagem" também afetou a equipe médica, que foi submetida a um treinamento específico para acompanhar o casal.
Viver a maternidade desde a gestação não tem sido uma barreira para Reese, que encara a situação com naturalidade.
“Eu sou feminista. Eu penso que mulheres são impressionantes. Eu não acho ruim ser uma mulher. Só não aconteceu de ser [por fora] como eu era por dentro. Por isso, é ok entrar nesse sagrado mundo da maternidade. E isso não me faz sentir menos homem. Eu só sou um homem capaz de ter um bebê e eu decidi fazer isso”, disse.
O casal repercute a espera pelo nascimento da criança, ainda sem nome revelado, através de uma página no Facebook, chamada Biff and I, que já tem mais de onze mil curtidas. Porém, é na internet de onde vem os comentários mais preconceituosos.
"Por trás do anonimato, as pessoas se sentem empoderadas para dizer o que deveria acontecer conosco, com os nossos filhos, com a nossa família. A razão pela qual você decide ter um filho é querer ver mais amor no mundo e lembrando quão difícil será”, relatou.