À medida que crescem as críticas da comunidade internacional contra a Venezuela, o presidente Nicolás Maduro, eleva o tom contra opositores dentro e fora do país.
Em um discurso no começo da noite desta segunda (17), o líder bolivariano respondeu a críticas de opositores e garantiu que a convocação de uma nova Assembleia Constituinte está mantida para 30 de julho. "Não vão nos intimidar", afirmou durante evento no palácio presidencial.
A fala de Maduro contrapõe o que é pedido nas ruas. Líderes da oposição venezuelana estão convocando uma greve nacional de 24 horas a partir da próxima quinta-feira, com a intenção de protestar contra os planos políticos de Maduro. Eles o acusam de tentar consolidar à força seu poder político.
A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, também disse que irá nomear novos membros da Suprema Corte do país - um movimento que deve ser bloqueado por Maduro. O tribunal é controlado por juízes que são leais ao Partido Socialista do presidente.
No domingo, mais de sete milhões de eleitores rechaçaram o processo Constituinte em uma consulta popular simbólica, organizada pelos opositores, para desafiar o governo e tornar clara a rejeição de parte da população venezuelana à iniciativa do governo Maduro. Uma mulher morreu e outras três pessoas ficaram feridas quando homens de motocicletas atiraram em opositores que votavam no oeste de Caracas.
Após a votação, o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, disse que a oposição entrou em uma nova fase, que envolve o aprofundamento das ações de rua para conseguir a "pressão necessária" que pararia a Assembleia Nacional Constituinte, cujos membros serão eleitos em duas semanas.
A pressão também vem de fora. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou na noite de segunda-feira a postura de Maduro, a quem chamou de "líder ruim que sonha em se tornar ditador". Ele disse ainda que os americanos estão prontos para tomar sanções econômicas "fortes e rápidas" contra Caracas, caso seja necessário.
A União Europeia pediu que seja suspenso o plano de Constituinte e o Brasil, via Itamaraty, alegou que o projeto de Maduro viola o próprio princípio da "soberania popular". Fonte: Associated Press.