A greve geral de 24 horas convocada para hoje (20) pela oposição da Venezuela teve adesão parcial, especialmente no leste da capital do país, onde estabelecimentos comerciais e escritórios amanheceram fechados e as principais vias foram bloqueadas ao trânsito. A informação é da agência EFE.
Os distritos de El Hatillo, Chacao e Sucre, redutos do antichavismo governados por opositores, têm suas atividades praticamente paralisadas e a maioria das ruas foi tomada por manifestantes desde as 7h locais (8h de Brasília), o que também impediu o funcionamento do transporte público.
Apenas alguns estabelecimentos comerciais e as instituições bancárias operam com normalidade – especialmente o setor financeiro, depois da decisão repentina do governo venezuelano de pagar os aposentados hoje, o que gerou longas filas de idosos em vários bancos.
No oeste da capital, sede dos poderes públicos do país, governados pelo chavismo, a jornada se desenvolve com aparente normalidade.
A "greve cívica" é parte de aumento da pressão dos opositores contra o governo de Nicolás Maduro, depois do plebiscito não oficial de domingo (16), realizado pela oposição sem o reconhecimento do governo. A consulta popular contou com a participação de 7,5 milhões de venezuelanos, de acordo com os organizadores.
O ministro do Trabalho, Néstor Ovalles, considerou "irresponsável" a convocação da greve que, segundo ele, não tem respaldo legal, pois responde a motivos de caráter político e não a questões trabalhistas ou outros aspectos contemplados na legislação que regulamenta a paralisação das atividades.
O ministro disse que a legislação contempla sanções às empresas que "violem o direito ao trabalho" e que isto será levado em conta hoje para evitar que a "cúpula empresarial" apoie a iniciativa dos opositores de Maduro.