O Mercosul considera pedir ao governo da Venezuela que desista de sua convocatória de Assembleia Constituinte, durante a cúpula desta sexta-feira (21) em Mendoza, na Argentina, adiantou o vice-chanceler argentino Daniel Raimondi.
A Constituinte marcada para 30 de julho "é um passo na direção não desejada" para solucionar a crise venezuelana, destacou Raimondi numa coletiva de imprensa.
A crise da Venezuela foi o tema central da sessão do Conselho do Mercado Comum, órgão máximo do bloco que reuniu nesta quinta os chanceleres de Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
A Venezuela está suspensa do Mercosul desde dezembro, devido ao descumprimento de obrigações comerciais assumidas em 2012, quando entrou no bloco.
Agora, o Mercosul avalia "uma suspensão política", por avaliar que há "uma ruptura do fio constitucional" no país".
Raimondi afirmou que o bloco conta com o Protocolo de Ushuaia, um instrumento cuja "cláusula democrática" contempla a exclusão de um país em que a ordem democrática seja interrompida, permitindo a aplicação de sanções comerciais.
O Mercosul considera importante emitir uma declaração "condenando a violência, lutando pelo restabelecimento das instituições democráticas, o respeito às liberdades civis e políticas e dos direitos humanos e pedindo que as autoridades desistam dessa eleição", completou o diplomata.
A Constituinte "vai ser um fator de completa alteração e de divisão ainda mais profunda entre os setores da vida venezuelana", afirmou mais cedo o chanceler argentino Jorge Faurie.