Quatro diretores da estatal venezuelana PDVSA serão denunciados pelo pior acidente da história da indústria petroleira do país, a explosão na refinaria de Amuay que deixou 42 mortos em 2012, informou o Ministério Público.
"O Ministério Público citou para denunciar três gerentes e um superintendente do Centro de Refinamento Paraguaná-Amuay, no estado de Falcón (noroeste), por sua suposta responsabilidade na explosão ocorrida em 25 de agosto de 2012", afirmou o boletim do órgão.
Na ocasião, um vazamento de gás provocou uma enorme explosão na refinaria, deixando mais de 130 feridos, além dos quase 50 mortos.
O acidente coincidiu com a campanha de reeleição do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013. Ele teria entregue cargos importantes na PDVSA a funcionários pouco qualificados, segundo acusações da oposição.
Os investigados são os gerentes Zoilo Ramos, William Jordán e José Ramos e o superintendente José Cotiz, que devem comparecer diante dos procuradores na próxima quinta-feira.
Desde que a procuradora-geral, Luisa Ortega, rompeu com o presidente Nicolás Maduro, há quatro meses, o MP vem trazendo à tona casos antigos que envolvem funcionários estatais.
Em 12 de julho, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao governo, limitou a capacidade do MP de denunciar, exigindo que um juiz da corte esteja presente nas diligências.
Vários funcionários citados para serem denunciados pelo MP se negaram a comparecer.
Ortega, chavista que virou crítica de Maduro e seu projeto de Assembleia Constituinte, provocou uma fratura no oficialismo, em meio a uma onda de protestos contra o presidente que já deixou 113 mortos em quatro meses.