Procuradoria do Panamá nega provas contra presidente em caso Odebrecht

A Odebrecht reconheceu ter pago 59 milhões de dólares em subornos a funcionários do governo do Panamá
AFP
Publicado em 31/07/2017 às 17:20
A Odebrecht reconheceu ter pago 59 milhões de dólares em subornos a funcionários do governo do Panamá Foto: Foto: Rodrigo Arangua/AFP


A procuradoria do Panamá negou nesta segunda-feira (31) ter recebido declarações incriminatórias contra o presidente do país, Juan Carlos Varela, pelo escândalo de subornos da empreiteira Odebrecht.

"O Ministério Público até este momento não viu absolutamente nenhuma declaração formal ou judicializada" contra Varela, disse o número dois da Procuradoria-Geral do Estado, Rolando Rodríguez, em uma entrevista com o canal de televisão panamenho Telemetro.

As declarações acontecem depois que o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla acusou Varela, em entrevista ao jornal El País, de ter recebido da empreiteira doações para sua campanha eleitoral.

Tacla também disse que a Odebrecht pagou a fornecedores de uma empresa familiar de Varela, que respondeu que não está sendo "investigado por ninguém". 

"O que estão dizendo é falso", afirmou. 

A Odebrecht reconheceu ter pago 59 milhões de dólares em subornos a funcionários do governo do Panamá entre 2010 e 2014. 

O advogado brasileiro Rodrigo Tacla, que se encontra em liberdade condicional na Espanha, também disse que a Odebrecht enviava mulheres do Brasil a festas com políticos panamenhos como "forma de agradecimento" e que Varela teria se comprometido a proteger a empresa de qualquer investigação.

Rodríguez afirmou que as declarações de Tacla ao jornal não estão "dentro do processo penal" e que, portanto, "não servirão para nada" em uma possível investigação contra Varela.

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