O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, acusado pela oposição de envolvimento em vários casos de corrupção, rejeitou nesta terça-feira um áudio divulgado pela imprensa que o ligaria novamente ao escândalo Odebrecht.
"O que envolve a Odebrecht eu não considero. Me investigaram por todos os lados, senhoras e senhores, e é bom que seja assim", declarou Glas à imprensa.
O vice-presidente comentou a gravação divulgada pela imprensa brasileira sobre uma suposta conversa entre o ex-controlador do Estado Carlos Pólit - que renunciou em junho e permanece nos Estados Unidos - e o executivo da Odebrecht José Conceição dos Santos Filho, na qual ele e seu tio Ricardo Rivera são citados.
"O que diz um delator que busca reduzir sua pena eu não considero, e está claro que (...) esta empresa quer me envolver para se vingar de um dos funcionários públicos que a expulsou do país", declarou Glas.
Glas, 47 anos, vice-presidente desde 2013 e durante anos responsável pelos setores estratégicos, é acusado pela oposição de receber subornos da Odebrecht, que no Equador teria pago 33,5 milhões de dólares em propinas para obter obras públicas.
Há duas semanas, o Congresso - controlado pelo governo - arquivou um pedido de julgamento político contra Glas formulado por um grupo de deputados opositores.
"Por quase um ano fui alvo dos mais miseráveis ataques que alguém já sofreu na história deste país, motivados por razões políticas, sem que tenham apresentado apenas uma prova contra mim", afirmou Glas.
O então presidente Rafael Correa expulsou a Odebrecht do Equador em 2008, por irregularidades na construção da hidroelétrica de San Francisco, mas após um acordo, o grupo retornou ao país, em 2010.