O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fará sua primeira visita no cargo a Israel e aos territórios palestinos, incluindo a Faixa de Gaza, informaram nesta quinta-feira fontes diplomáticas.
Durante a visita de três dias que começará em 28 de agosto, Guterres se reunirá com líderes israelenses, viajará a Ramallah para encontrar-se com o presidente palestino, Mahmud Abbas, e visitará a Faixa de Gaza, onde as Nações Unidas dirigem um programa de ajuda.
O embaixador de Israel, Danny Danon, disse que a visita permitirá a Guterres "construir uma relação" com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. O chefe da ONU também se reunirá com o presidente israelense e com o ministro da Defesa.
"Estamos muito contentes com esta visita", declarou Danon à AFP. "É uma grande oportunidade para que o secretário-geral conheça Israel, se reúna com seus líderes e entenda os objetivos que nosso país enfrenta todos os dias".
O embaixador palestino, Riyad Mansour, descreveu a visita como "muito importante", indicando que ela evidencia um maior interesse na péssima situação que os palestinos atravessam.
"Desde o início, a ONU tem estado envolvida no tema palestino, e continuará envolvida até que todos os seus aspectos estejam resolvidos, respeitando o Direito Internacional", disse à AFP por e-mail.
A visita acontece em meio a esforços diplomáticos para ressuscitar as negociações de paz que parecem estar em ponto morto.
Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal "tem experiência, esteve em Israel no passado, conhece a complexidade deste tema. Não é alguém que vem à nossa a região sem ter ideia do que está acontecendo", disse Danon.
O governo israelense discutirá com Guterres o fortalecimento da missão da força interina da ONU no Líbano (Unifil), informou Danon, depois de uma série de escaramuças na fronteira entre Israel e Líbano, supervisionada pela ONU.
As relações entre a ONU e Israel ficaram tensas pela expansão dos assentamentos israelenses, que o organismo condenou como ilegais.
Desde que substituiu Ban Ki-moon no dia 1 de janeiro, Guterres tem sido muito cuidadoso em abordar este conflito, em parte como uma resposta às acusações dos Estados Unidos de que a ONU era parcial contra Israel.