O ataque a uma base militar no norte da Venezuela deixou duas pessoas mortas e outra gravemente ferida, neste domingo (6), segundo o presidente Nicolás Maduro. Oito pessoas teriam sido detidas.
"Dois foram abatidos pelo fogo leal à pátria, um está ferido. Destes 10 atacantes que ficaram nas instalações de Paramacay, nove são civis e um é um tenente desertor há meses, que tinha dado baixa (foi reformado)", assegurou o presidente em seu programa dominical de TV.
A cifra revisou para cima um balanço divulgado anteriormente pelo comandante do Exército Jesus Suárez Chourio, que havia reportado um morto e um ferido grave no ataque à base, que os militares afirmam ter sido rapidamente contido.
"Um deles (os atacantes) teve baixa e um ficou gravemente ferido", apontou o general em um vídeo gravado no destacamento onde ocorreu o incidente, na cidade de Valência, no norte do país.
O presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, exigiu que o governo de Nicolás Maduro diga "a verdade" sobre o suposto ataque terrorista neste domingo (6).
"Queremos saber a verdade, que não venham com historinhas, com uma caça às bruxas, que não venham nos culpar", disse Borges, líder da maioria opositora no Legislativo, em um evento universitário.
O governo denunciou que um grupo de civis e um tenente desertor, com uniformes militares, atacaram durante madrugada um forte militar em Valência, mas foram neutralizados.
O Ministério de Defesa informou que sete invasores foram capturados na incursão do tipo "paramilitar", que teria sido realizada por "integrantes da extrema-direita venezuelana em conexão com governos estrangeiros". Um deles morreu e outro está gravemente ferido, segundo o Exército.
Borges afirmou que isso precisa "levar a uma reflexão profunda do governo", e disse que "é muito claro: a Força Armada é um espelho de um país que não quer mudar".
Os militares expressaram sua "lealdade absoluta" a Maduro, apesar de a oposição continuamente pedir que eles tirem seu apoio e "se coloquem ao lado da Constituição".
Borges concordou, no evento, com Luisa Ortega, procuradora-geral destituída pela Assembleia Constituinte de Maduro, com quem rompeu há quatro meses.
"Estou consciente de que a instalação da assembleia para muitos é uma espécie de golpe", mas "cada passo da Constituinte é um passo ao precipício para esse governo", afirmou o deputado.
"A única coisa que resta é a força bruta, não é um governo forte, é um governo podre, caído, que só quer se agarrar ao poder. O que devemos fazer? Seguir nas ruas, será uma luta difícil, mas, ao fim, a dignidade do povo vai prevalecer", garantiu.