O governador de Guam, Eddie Calvo, minimizou nesta quarta-feira (9) as ameaças norte-coreanas contra o território estratégico para o exército dos Estados Unidos no Pacífico, mas declarou que a ilha está "preparada para qualquer eventualidade".
A tensão provocada pelo programa balístico e nuclear da Coreia do Norte aumentou na terça-feira, quando o presidente americano Donald Trump prometeu "fogo e ira" ao regime de Pyongyang.
Para não deixar a ameaça sem resposta, a Coreia do Norte anunciou algumas horas depois que estudava a possibilidade de ataques com mísseis contra bases militares americanas na ilha de Guam.
Em um discurso exibido na televisão, o governador do pequeno território americano afirmou que estava trabalhando com Washington para "garantir a segurança".
"Quero tranquilizar a população porque atualmente não pesa nenhuma ameaça sobre nossa ilha, nem sobre as ilhas Marianas", disse.
"Conversei com a comandante da região das Marianas, a contra-almirante Shoshana Chatfield, que me confirmou", completou.
Guam, uma ilha isolada do Pacífico de quase 550 quilômetros quadrados, é um posto avançado chave para as forças americanas, estrategicamente localizada entre a península coreana e o mar da China Meridional.
Quase 6.000 soldados estão presentes no território, em particular na base aérea de Andersen e na base naval de Guam.
Calvo citou "vários níveis de defesa estratégicos" estabelecidos para defender Guam. A Casa Branca informou que um ataque contra o território seria considerado um ataque contra os Estados Unidos, destacou.
"Já falaram que os Estados Unidos serão defendidos. Quero recordar também a mídia nacional que Guam é território americano e que 200.000 americanos vivem em Guam e nas Marianas. Não somos apenas instalações militares. Com isso dito, quero assegurar que estamos preparados para qualquer eventualidade".
Nas ruas da capital Hagatna, a população parecia tranquila.
"Não é como se existisse algo que poderíamos fazer, de qualquer modo. É uma ilha pequena. Não há para onde correr", disse à AFP o morador James Cruz.
Madeleine Bordallo, delegada de Guam na Câmara de Representantes dos Estados Unidos, declarou que a capacidade nuclear norte-coreana é "profundamente preocupante", mas está convencida de que a ilha é segura e bem protegida.
A população de Guam é de 162.000 pessoas. A ilha vive principalmente do turismo e da presença das Forças Armadas dos Estados Unidos.