A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou neste sábado planos para pressionar a China pelo suposto roubo de propriedade intelectual, acrescentando a ameaça de retaliação comercial a uma campanha em curso que busca uma maior cooperação de Pequim na crise nuclear norte-coreana.
Segundo assessores da Casa Branca, Trump vai assinar uma diretriz na segunda-feira solicitando ao seu representante comercial que comece uma investigação formal para averiguar se as agências e as empresas do governo chinês estavam adquirindo injustamente patentes valiosas e licenças das empresas dos EUA, seja por roubo absoluto ou pressionando as fabricantes americanas em relação ao preço de entrada no mercado chinês.
"Esse roubo não só prejudica as empresas americanas, mas pode ameaçar a nossa segurança nacional", disse um alto funcionário da administração a repórteres neste sábado.
As autoridades enfatizaram que, embora estejam lançando uma investigação sobre o que eles consideravam ser um grande empecilho nas relações comerciais bilaterais, eles não tomariam nenhuma ação neste momento. Eles disseram que a diretriz de segunda-feira lançaria um estudo sobre se uma investigação de comércio formal era justificada e essa pesquisa levaria um ano ou mais. Eles se recusaram a discutir quais tipos de penalidades os EUA poderiam impor contra a China, dizendo que essa questão era "prematura".
A administração fez o anúncio um dia depois de Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, terem conversado sobre as tensões crescentes relacionadas ao programa de armas nucleares da Coreia do Norte. Trump disse repetidamente que cortaria as relações comerciais com Pequim se ele achasse que os chineses não estivessem fazendo o bastante para conter Pyongyang.
Os assessores da Casa Branca disseram que a nova investigação não estava vinculada à estratégia da administração em relação à Coreia do Norte, apesar da ligação anterior do presidente sobre os assuntos. "Estes são eventos totalmente não relacionados", disse uma autoridade.
O governo da China tem rejeitado as alegações de que as empresas estrangeiras tenham transferido tecnologia ou permitido a violação de propriedade intelectual. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, negou que estivesse usando políticas industriais para fortalecer as empresas estrangeiras em transformar a tecnologia, dizendo em uma reunião do Fórum Econômico Mundial em Dalian em junho que "essa cooperação é voluntária e ajuda a companhia".