Canadá quer Nafta mais 'progressista'

Canadá quer isenção na política protecionista dos EUA, além de padrões mais rigorosos de trabalho e meio ambiente
Estadão Conteúdo
Publicado em 14/08/2017 às 11:45
Canadá quer isenção na política protecionista dos EUA, além de padrões mais rigorosos de trabalho e meio ambiente Foto: Foto: AFP


O Canadá vai entrar nas negociações do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) procurando isenções na política protecionista de Washington, e pressionando por padrões mais rigorosos de trabalho e meio ambiente.

"Vamos para a mesa de negociação com boa vontade e a habilidade característica do Canadá em firmar um compromisso com soluções em que todos saiam ganhando", disse Chrystia Freeland, Ministra de Relações Exteriores do país. "Mas nós estamos comprometidos com um bom acordo, não qualquer acordo", ponderou.

Ela se disse confiante de que as negociações terão "final feliz", mas alertou que pode haver momentos de "bagunça", "inquietude" e "desconforto" nas conversas. Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em sua conta no Twitter que, por anos, os legisladores americanos "têm nos dado (ou não consertado) alguns dos piores acordos comerciais da história mundial. Eu estou mudando isso rapidamente".

Chrystia afirmou que entre os objetivos de Ottawa está um mercado mais livre para compras governamentais. Isso pode esbarrar nas diretrizes protecionistas de Trump. Segundo a ministra, provisões de conteúdo local, como as diretrizes de Trump de priorizar produtos fabricados nos EUA, são como "junk-food político": "superficialmente apetitosas, mas prejudiciais à saúde no longo prazo.

Ela afirmou que o Canadá também quer tornar o Nafta mais "progressista", com os países apoiando os esforços para combater a mudança climática, de olho nas nações que "(enfraquecem) a proteção ambiental para atrair investimentos".

Chrystia acrescentou que o Canadá continuaria a defender a necessidade de um sistema independente de resolução de disputas, que atualmente permite que as companhias contestem sanções comerciais diante de painéis independentes, em vez de cortes nacionais. O governo Trump quer que esse sistema seja descartado

É crucial para o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau preservar o acesso livre ao mercado da maior economia do planetas. Cerca de três quartos das exportações canadenses, ou 20% da produção econômica do país, estão atrelados aos EUA - o segundo maior parceiro comercial do país vizinho, atrás apenas da China.

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