O Congresso do Equador recebeu nesta quarta-feira (23) o pedido para autorizar a denúncia contra o vice-presidente, Jorge Glas, no caso de corrupção envolvendo a Odebrecht, informou o presidente do Legislativo, José Serrano.
A Assembleia Nacional, de maioria governista, tratará o pedido da Corte Nacional de Justiça (CNJ) na próxima sexta-feira, segundo Serrano. Os legisladores deverão definir se aprovam ou não o início processo contra Glas, que tem foro privilegiado.
No documento remetido pela CNJ, o juiz Miguel Jurado pede ao Congresso que "conceda autorização prévia para a instalação da audiência e a formulação da denúncia" contra o vice-presidente.
Glas é investigado por suposta associação criminosa na rede de milionários subornos da Odebrecht a funcionários equatorianos para conseguir contratos. Entre os dez detidos no Equador por este caso, em que a empresa brasileira teria entregue 33,5 milhões de dólares, estão o tio do vice-presidente Ricardo Rivera e o ex-ministro de Eletricidade Alecksey Mosquera.
Nas investigações em curso, a justiça também pediu a prisão do ex-controlador do Estado Carlos Pólit, que está nos Estados Unidos.
Glas, que desde 2007 foi responsável por setores estratégicos do Equador e a partir de 2013 é vice-presidente, nega as acusações. Ele as atribui a um "ataque" da imprensa e da oposição, que também o apontam como envolvido em corrupção em outros casos, como o da petroleira estatal Petroecuador.
O vice-presidente garante que não há "uma só prova" contra ele. Mas na segunda-feira pediu aos legisladores que autorizem a denúncia para que possa de defender nos tribunais.
Para aprovar a denúncia contra o vice-presidente é necessário o voto favorável de dois terços (92 dos 137 deputados) do Congresso, cuja maioria governista está dividida por uma disputa entre o presidente Lenín Moreno e seu antecessor, Rafael Correa.